#DiaDaMulher: conheça mulheres que foram importantes para a meteorologia

Na televisão, a previsão do tempo é muitas vezes apresentadas por mulheres. As “garotas do tempo” são bastante conhecidas do público, mas a atuação feminina na meteorologia vai muito além disso. Apesar de serem minoria, ao longo da história das ciências atmosféricas, cientistas femininas de diversas partes do mundo contribuíram significativamente para a evolução da área, ajudando na programação dos primeiros computadores que fizeram previsões numéricas do tempo, no desenvolvimento de importantes estudos, no lançamento de satélites e, muitas vezes, também salvaram pessoas, ao atuarem de forma eficiente em condições de tempo severas.

Neste mês, o Dr. J. Marshall Shepherd, meteorologista e professor da University of Georgia, publicou na Forbes o artigoFour Women Who Changed The Field Of Meteorology“, onde destaca mulheres que contribuíram para as ciências atmosféricas. Fizemos um resumo do que foi publicado no portal, confira:

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Ada Mónzon recebendo o prêmio da AMS. Fonte: Twitter/@adamonzon

Ada Mónzon – Foi a primeira mulher meteorologista de Porto Rico. Também foi a primeira latina e a segunda mulher na história a receber o The Award for Broadcast Meteorology, da American Meteorological Society’s, pelo seu “compromisso de longo prazo para informar, educar e inspirar resiliência nas pessoas de Porto Rico antes, durante e depois de eventos extremos como o furacão Maria”. Em setembro de 2017, o furacão Maria atingiu Porto Rico com ventos de 250 km/h, sendo considerado o mais forte a atingir a região em quase 90 anos. Durante a passagem da tormenta, Ada foi uma voz importante ao informar mais de 31 milhões de espectadores sobre a gravidade do sistema que atingiria o país. A meteorologista recebeu diversos outros prêmios ao longo da sua carreira, fundou o EcoExploratorio: Museu de Ciências de Porto Rico e é especialista em furacões e meteorologia tropical.

Joanne Simpson em 1985. Crédito da imagem: Blog cadiiitalk

Dra. Joanne Simpson – Foi a primeira mulher a conquistar o título de PhD em Meteorologia. Nasceu em 1923 e, durante a Segunda Guerra Mundial, participou de um programa da aeronáutica americana sobre meteorologia. Com o final da guerra, as mulheres costumavam voltar para suas casas, mas Joanne decidiu continuar na meteorologia. fazer o mestrado e posteriormente concluir o doutorado. Mas nem tudo foi fácil: de acordo com o site da NASA, o conselheiro da faculdade a desencorajou, dizendo a ela que nenhuma mulher conseguiu um doutorado em Meteorologia e jamais conseguiria, pois ninguém daria um emprego pelo simples fato de ser mulher. Joanne Simpson não só se tornou Doutora, como também ensinou meteorologia em diversas universidades, bem como participou de pesquisas importantes. Liderou os estudos da missão do satélite tropical de medição de precipitações (da sigla em inglês TRMM), desenvolvido pela NASA em parceria com a JAXA (Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial). Joanne faleceu em 2010.

Além de ser pioneira, June Bacon-Bercey promove a inclusão de mulheres negras na meteorologia. Crédito da imagem: Physics Today

June Bacon-Bercey – Foi a primeira meteorologista afro-americana e a primeira mulher meteorologista na TV americana. Também foi a primeira mulher e a primeira negra a ser reconhecida pelo selo de aprovação do American Meteorological Society’s, considerado um dos mais importantes nos EUA. Além de sua dedicação aos estudos das ciências atmosféricas, June também trabalha para promover a inclusão de mulheres negras no campo da meteorologia. Ela ajudou a fundar o Conselho de Mulheres e Minorias da Sociedade Americana de Meteorologia em 1975 e também na criação de uma bolsa de estudos em pós-graduação na área de ciências atmosféricas para mulheres. Também foi fundamental para o desenvolvimento do laboratório de meteorologia na na Jackson State University, uma universidade historicamente negra.

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Klara Dan von Neumann foi importante no desenvolvimento da previsão numérica do tempo. Crédito da imagem: Wikipedia.

Klara Dan von Neumann – Foi uma cientista da computação húngara, sendo uma das pioneiras na programação de computadores. Ela foi uma das programadoras do ENIAC (Em português, Computador Integrador Numérico Eletrônico), considerado o primeiro computador digital eletrônico de grande escala, que entrou em funcionamento em 1946. Em abril de 1950, um grupo de meteorologistas fez a primeira previsão numérica do tempo utilizando a máquina. Klara foi a responsável pela construção dos códigos para a MANIAC, computador usado no Los Alamos National Laboratory para pesquisas de fusão nuclear, que tinha como principal diferencial o armazenamento de dados. Ela ensinou muitos meteorologistas pioneiros da época a programar computadores mas, apesar de seus feitos, não é comumente mencionada.

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Josélia Pegorim, meteorologista da Climatempo. Crédito da imagem: Revista Crescer.

Josélia Pegorim – Ela não está citada no artigo original, mas merece destaque na previsão do tempo brasileira. Meteorologista da Climatempo, a “Jô”, como é conhecida por quem a acompanha, se destaca pela forma coloquial com a qual apresenta as condições climáticas. Os termos meteorológicos são apresentados de forma simples e, assim, até quem não entende muito bem do assunto consegue compreender de forma clara o que ela está explicando. Durante 21 anos, Josélia apresentou a previsão do tempo diária na rádio Eldorado e, além disso, atendeu as mais importantes mídias do País. Fez parte da quarta turma de meteorologia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP (IAG).


Referências: Four Women Who Changed The Field Of Meteorology, Revista Forbes. <https://www.forbes.com/sites/marshallshepherd/2019/03/03/four-women-who-changed-the-field-of-meteorology/#2b99dc921fd3>

How A Woman You Never Heard Of Helped Enable Modern Weather Prediction, Revista Forbes. <https://www.forbes.com/sites/marshallshepherd/2017/01/24/how-a-woman-you-never-heard-of-helped-enable-modern-weather-prediction/#6e71db6b195c>

Com ela não tem tempo ruim, Revista Crescer. <http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,ERT62350-15565,00.html>

Ada Monzón hace historia tras recibir la distinción más importante de su carrera <https://www.youtube.com/watch?v=7flg6Smqm-A&t=53s>

1 Comment

  1. Parabéns pelo artigo. É muito importante divulgar a participação das mulheres para o desenvolvimento da ciência, inclusive de brasileiras, como a Josélia Pegorin.

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