Diferença de temperatura entre os bairros chama a atenção em São Paulo

Em 2018, quando a cidade de São Paulo completou seus 464 anos, o Portal R7produziu uma matéria falando sobre a diferença de temperatura entre bairros da capital paulista. Para ilustrar o tema, a reportagem conversou com moradores de dois bairros Itaquera, localizado na Zona Leste, e Parelheiros, na Zona Sul.

Outra matéria, da Folha de S. Paulo, abordou o mesmo assunto em 2019. Desta vez, comentando que no Itaim Paulista, bairro da Zona Leste, a estação meteorológica do Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas da Prefeitura de São Paulo (CGE) marcou 39,6ºC, a maior temperatura já registrada na capital paulista até o dia 14
de janeiro daquele ano. Neste mesmo dia, em Engenheiro Marsilac, bairro do extremo sul da capital paulista, fazia apenas 29,7ºC.

Enquanto os bairros da Zona Leste de São Paulo registram altas temperaturas, o extremo sul de São Paulo é marcado pelas temperaturas amenas e até por geadas no período do inverno.

Um estudo apresentado no Estadão e feito pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), em parceria com o laboratório Goddard da Nasa, mostrou que a temperatura na cidade de São Paulo pode variar até 14ºC em um mesmo instante.

Especialistas explicam nas matérias que alguns fatores geográficos, como a
proximidade de Engenheiro Marsilac e Parelheiros da Serra do Mar, podem ser parte do motivo para diferença térmica entre os bairros. Mas a interferência humana também tem grande contribuição.

Quando o Portal R7 fala sobre o bairro de Itaquera, destaca que se trata de uma região com 200 mil habitantes, bastante concreto e pouca árvore. Já na matéria da Folha de S. Paulo, Itaim Paulista é descrito como um bairro sem impermeabilização e que teve um crescimento bastante desordenado.

Os bairros da Zona Sul, por sua vez, concentram parte significativa da Mata Atlântica da cidade e contam com áreas de preservação ambiental.

O Portal R7 explica que se trata do segundo maior distrito em extensão territorial, mas pouco povoado. Por lá, há bastante atividade agrícola.

Pelas descrições e pesquisas apresentadas, é possível ver o quanto a atividade humana pode contribuir significativamente para o aumento da temperatura em uma determinada região.

A derrubada da vegetação, a poluição e canalização de rios e córregos e a ocupação sem planejamento do solo são problemas que aconteceram em vários bairros de São Paulo ao longo da história da cidade.

Isso trouxe graves problemas para a capital paulista, como as enchentes, a poluição do ar e a ilha de calor. Segundo o estudo publicado no Estadão, as regiões mais afetadas pela ilha de calor em São Paulo são justamente a Zona Leste e o Centro, ou seja, as áreas mais urbanizadas.

Para finalizar, chama a atenção da fala de Valeria Maria Macoratti, moradora de um sítio em Parelheiros, para a matéria do R7: “O que eu espero mais é que Parelheiros nunca vire a cidade de São Paulo como ela é no centro. Eu espero que continue sendo esse lugar onde a gente produz água, produz ar. Que essa área fique preservada como o pulmão de São Paulo.”

O distrito de Parelheiros é uma pequena parte da cidade na qual a Mata Atlântica ainda resiste, mas que corre um grave risco, já que há diversos relatos de áreas sendo desmatadas na região.

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Matéria 1: “Região do Itaim Paulista é a mais quente da cidade de São Paulo”
Link: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/01/regiao-do-itaim-paulista-e-a-mais-quente-da-capital.shtml
Matéria 2: “São Paulo, 464: a cidade que ferve em Itaquera e esfria em Parelheiros”
Link: https://noticias.r7.com/sao-paulo/sao-paulo-464-a-cidade-que-ferve-em-itaquera-e-esfria-em-parelheiros-25012018
Matéria 3: “Temperatura entre bairros de SP varia até 14°C” Link:
https://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,temperatura-entre-bairros-de-sp-varia-ate-14c-imp-,853294

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